Vitória é a capital brasileira com maior acesso da população a bibliotecas e concertos, revela pesquisa inédita
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Dados inéditos da pesquisa Cultura nas Capitais revelam que Vitória é a capital brasileira onde a população tem maior acesso a bibliotecas (35%) e concertos (14%). Esses são alguns dos dados revelados nesta quarta-feira (10), em evento realizado no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, pela pesquisa Cultura nas Capitais, maior levantamento sobre o tema já produzido no Brasil. O estudo analisou o comportamento dos moradores das 26 capitais e do Distrito Federal. Confira os Resultados, metodologia, infográficos e relatórios completos no link: www.culturanascapitais.com.br
De acordo com o secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, os dados significativos nas atividades culturais locais são, em grande medida, consequência da política pública do Governo do Estado — por meio da Secretaria da Cultura (Secult), comprometida com o fomento à cultura em todas as suas expressões. Isso se dá por meio de iniciativas como editais, programas e mecanismos de incentivo, apoio à economia criativa, à inovação e ao empreendedorismo capixaba, além da formação técnica e de diversas parcerias, inclusive institucionais.
"Um detalhe muito importante é que os dados desta pesquisa nas capitais têm como foco a população — aquelas e aqueles para quem trabalhamos a política pública de cultura, com quem desenvolvemos nossos projetos e para quem criamos nossas iniciativas. É fundamental lembrar que a política pública de cultura também contribui para além do artista e dos espaços culturais. A prerrogativa dos governos, neste caso, a representação dos setores federal e estadual, é direcionada à população em seu conjunto. É necessário utilizar os mecanismos disponíveis, financiar projetos via ICMS ou por outros recursos, para produzir, fortalecer e dar sentido à nossa cultura, sempre trabalhando em sua dimensão cidadã”, destacou.
A pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte ouviu 19,5 mil pessoas em todas as capitais brasileiras e conta com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Rouanet, Lei Federal de incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O projeto também tem a parceria da Fundação Itaú. Em Vitória, foram entrevistadas 600 pessoas, de todas as regiões do município. A pesquisa de campo foi feita pelo Datafolha.
Segundo o levantamento, a capital do Espírito Santos está acima da média das capitais brasileiras em 10 de 14 atividades culturais pesquisadas – nas outras quatro, está dentro da média. O levantamento avaliou o acesso da população a 14 atividades culturais, considerando se a pessoa participou ao menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista. Foram analisados: cinema; shows de música; festas populares; museus; teatro; espetáculos de dança; circo; feiras de livro; saraus ou batalhas de poesia; concertos de música erudita; bibliotecas; leitura de livros; jogos eletrônicos; e visita a locais históricos.
“A pesquisa deixa claro como o acesso aumenta conforme a renda e a escolaridade. Mostra também que idosos são os mais excluídos das atividades culturais”, afirmou o diretor da pesquisa, João Leiva.
Acesso às atividades culturais na capital capixaba
A cidade lidera a pesquisa no que tange ao acesso da população a bibliotecas, com 35%, contra 25% de média nas capitais; também está à frente na frequência dos moradores a concertos, com 14%, contra 8% na média. Os dados de Vitória mostram que a cidade aparece com altos índices de visita a locais históricos (56%, só atrás de Florianópolis - SC), shows de música (47%, também só abaixo de Florianópolis), dança (31%, colado em Manaus (AM), que tem 32%) e saraus (16%, novamente, só atrás de Florianópolis).
O percentual de pessoas que nunca foram às atividades culturais pesquisadas é, em todos os casos, melhor do que o da média das capitais. Nesse sentido, Vitória é, por exemplo, a capital onde menos gente nunca foi a um concerto (55%).
“Vitória está entre as capitais com maior percentual de moradores que estão ou já passaram pelo ensino superior. Como a educação é o fator que mais influencia o acesso a atividades culturais, isso ajuda a explicar os bons resultados da cidade”, apontou João Leiva.
Vitoria é ainda a capital onde mais gente diz que faz atividades perto do bairro onde mora: 42%, contra média de 30%; e é onde menos gente diz que faz atividades longe do bairro onde mora: 39%, contra média de 55% entre todas as capitais do Brasil. Por fim, 19% dos moradores disseram frequentar atividades no bairro de residência.
Museus e teatro
Em relação a museus, o acesso em Vitória é de 26%, segundo a pesquisa, em linha com a média das capitais, que é de 27%. Os dados ainda indicam significativo potencial de crescimento do público de museus na capital capixaba: 29% dos moradores não foram, mas manifestaram alto interesse em ir.
Os resultados da pesquisa também mostram que a ida dos moradores de Vitória a museus está relacionada ao aprendizado para mais de metade da população: 51% dizem que vão a museus para adquirir conhecimento (a média das 27 capitais é de 44%). Entre os que não frequentam, a falta de tempo (40%) e a falta de informação (9%) foram os principais motivos, este último o maior percentual revelado pela pesquisa entre todas as capitais.
O acesso ao teatro também ficou em 26% em Vitória, em empate técnico com a média das capitais, com 25%. Das pessoas que disseram ter ido ao teatro, 60% citaram que assistiram a peças para o público adulto, 57% foram a peças musicais, 54% ao teatro infantil e 30% à comédia stand-up.
Em Vitória, apesar de mais pessoas terem ido a festas juninas do que a Carnaval, seguindo o que foi verificado pela pesquisa na maior parte das capitais brasileiras, o percentual de pessoas que foram a desfiles de Carnaval (16% da população) está entre os maiores encontrados na pesquisa – só fica abaixo de Recife (22%) e Salvador (17%).
Preferências gastronômicas
Vitória está entre as capitais com o maior percentual de pessoas (59%) que cita peixes e frutos do mar como o principal prato típico da cidade. O grande responsável pelo resultado é a moqueca capixaba — 40% citam esse prato e 18% citam “moqueca”, genericamente. A torta capixaba (28%) também é relevante.
Práticas culturais
Está entre as capitais onde mais gente pratica ou já praticou atividades culturais: o teatro aparece em Vitória com 28%, o maior percentual encontrado na pesquisa, junto com Belo Horizonte – MG (a média de todas as capitais é 21%). A prática de música é citada por 36% dos entrevistados – é o maior percentual, junto com Porto Alegre (RS) e Florianópolis; a média é de 29%.
Metodologia
Na edição atual da pesquisa Cultura nas Capitais foram ouvidas 19.500 pessoas, moradoras de todas as capitais brasileiras – as 26 estaduais, além de Brasília – com idade a partir de 16 anos, de todos os níveis socioeconômicos, entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional. Ao todo, os pesquisadores foram distribuídos por 1.930 pontos de fluxo (entre 40 e 300 por capital), em regiões com diferentes características sociais e econômicas. Os entrevistados respondiam até 61 perguntas, além das relacionadas a características sociais e econômicas (como escolaridade, cor da pele etc.). O instituto responsável pelo estudo é o Datafolha.
Além da pergunta sobre renda, a pesquisa também adotou o Critério Brasil de Classificação Econômica, um instrumento de segmentação econômica que utiliza o levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a população em classes: A, B, C, D ou E (Fonte: ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa).
Sobre a JLeiva Cultura & Esporte
Consultoria especializada em concepção, planejamento, execução, análise e disseminação de dados e informações sobre o setor cultural no Brasil. Conduz estudos, mapeamentos e benchmarking para empresas privadas, instituições públicas e organizações sociais com atuação em cultura e esporte — como Fundação Itaú, Fundação Roberto Marinho, Vale, British Council, Vale, Nike, Museu do Amanhã e Instituto Goethe. Desde 2010, realiza pesquisas de hábitos culturais, consolidando-se como referência nessa área.
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