25/11/2025 16h10

Unidade prisional celebra Dia da Consciência Negra com programação especial

A Penitenciária Estadual de Vila Velha 3 (PEVV3) promoveu, na última sexta-feira (21), um programa especial para falar sobre religiosidade e transformação de trajetórias por meio da fé. Um bate-papo com música foi realizado na rádio interna instalada na unidade prisional com o testemunho do rapper cristão MC Anderson. O evento marcou as comemorações de um ano do funcionamento da Rádio Black e o Dia da Consciência Negra.

As rádios internas no sistema prisional do Espírito Santo integram o Programa de Ressocialização da Secretaria da Justiça (Sejus), por meio de uma programação padronizada que envolve orientação e dicas sobre saúde, educação, lei, direitos e cidadania, assistência religiosa, além de entrevistas com convidados de diversas áreas.

O programa foi conduzido pelo diretor da unidade, Allan Ribeiro da Silva, acompanhado do diretor-adjunto, Vinicius Nogueira. A rádio leva o nome do servidor penitenciário Wenderson Graciano Corrêa, conhecido como Black, que também participou do bate-papo.

O encontro celebrou o Dia da Consciência Negra ao falar também sobre o hip-hop como força cultural e como o ritmo, atrelado à fé e a esperança, pode inspirar novos recomeços.

“A participação do rapper e educador social MC Anderson, reconhecido por sua trajetória de superação e contribuição ao hip-hop cristão, gerou forte impacto motivacional entre os ouvintes privados de liberdade. O programa ocorreu em uma semana de grande simbolismo institucional: o aniversário de um ano da Rádio Black e a Semana da Consciência Negra. A escolha do convidado e o contexto reforçaram a representatividade do episódio, especialmente considerando que a rádio homenageia nosso Chefe de Segurança Black, servidor de origem africana”, ressaltou Allan Ribeiro da Silva.

 

Transformação pela fé e a música

Durante o bate-papo, o MC contou sua trajetória de transformação. “Usei drogas durante nove anos e consegui sair do vício do crack, primeiramente, pelo desejo de mudar, pois minha situação estava crítica, afastando as pessoas que me amavam. Cheguei a perder o respeito e a confiança da minha família”, afirmou.

MC Anderson iniciou sua trajetória na música gospel em 2005, compondo e produzindo letras voltadas à autoestima e à religiosidade com o ritmo do hip-hop. Desde a adolescência, nos anos 90, ele já fazia parte da cultura hip-hop, mas o vício interrompeu essa trajetória.

“O hip-hop sempre foi algo que me mantinha com a mente equilibrada. Porém, o vício me fez perder a alegria de cantar e compor. Quando me converti, não vislumbrava mais a música, mas senti no coração que poderia usar essa ferramenta, essa linguagem, para falar de Deus, de salvação e restauração”, contou.

“Muitos dos que estão encarcerados devem pensar em desistir ou que não há chance de recomeçar. Porém, digo que enquanto houver vida, há fôlego. Da para insistir, vencer e reiniciar. Eu sou a prova que podemos cair, mas se tivermos força de vontade e fé nos reerguemos mais fortes. Cada cicatriz é uma medalha. Foi muito bom conhecer a unidade, ver um trabalho tão humanizado que está sendo feito e que busca dar oportunidade de recomeço aos internos”, disse MC Anderson.

 

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