Sesa promove orientações sobre prevenção e cuidado com saúde da mulher no ‘Outubro Rosa’

O mês de outubro é marcado pela campanha “Outubro Rosa” e a Secretaria da Saúde (Sesa), por meio da Gerência de Política e Organização das Redes de Atenção à Saúde (Geporas), e da Vigilância Epidemiológica, promove ações de conscientização junto à população, em especial as mulheres, sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Com o tema “Conhecimento que protege, cuidado que faz viver”, a iniciativa da Campanha, em parceria com a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc), busca estimular o autocuidado, a atenção aos sinais do corpo e a procura por serviços de saúde para rastreamento e acompanhamento da doença.
O câncer de mama é a neoplasia maligna de maior incidência entre mulheres no Brasil e no mundo, representando um relevante problema de saúde pública devido ao impacto na morbimortalidade feminina. Manifesta-se, em seus estágios iniciais, por nódulos mamários fixos e geralmente indolores, alterações cutâneas, como retrações, ulcerações ou aspecto de ‘casca de laranja’, modificações no formato do mamilo e secreções papilares, principalmente sanguinolentas. Pode haver ainda aumento de linfonodos axilares. A maioria das lesões localiza-se no quadrante superior externo da mama e, em estágios mais avançados, pode evoluir com dor, ulcerações extensas, espessamento da pele e comprometimento sistêmico, o que dificulta o tratamento e agrava o prognóstico.
Seguindo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama tem origem multifatorial, decorrente da interação entre fatores genéticos, hormonais, comportamentais e ambientais. Entre os fatores não modificáveis, destacam-se idade avançada, histórico familiar, mutações genéticas, puberdade precoce (primeira menstruação antes de 12 anos), menopausa tardia e nuliparidade (a condição de uma mulher que nunca teve filhos). Já os fatores modificáveis incluem sedentarismo, obesidade (especialmente após a menopausa), consumo de álcool, tabagismo, alimentação inadequada e ausência de aleitamento materno, reforçando a importância de estratégias de prevenção e promoção da saúde.
A referência técnica da Saúde da População Negra, da Sesa, Raquel Rosa de Azevedo, destaca que mulheres negras apresentam maior vulnerabilidade ao câncer de mama, sendo frequentemente diagnosticadas em estágios avançados e com menor acesso ao rastreamento e tratamento. “Fatores como menor escolaridade e barreiras socioeconômicas contribuem para essas desigualdades. Além disso, há maior prevalência de subtipos agressivos, como o triplo negativo (TNBC), elevando o risco de mortalidade precoce. Esse cenário evidencia a necessidade de políticas públicas que promovam equidade no acesso à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento”, ressalta Raquel Rosa de Azevedo.
Além de comprometer a qualidade de vida e dificultar a recuperação, quando não descoberto precocemente, o câncer de mama impacta de maneira profunda os aspectos emocionais, sociais e psicológicos das mulheres, somando-se às alterações físicas causadas pela doença.
A referência técnica da Saúde da Mulher, da Sesa, Christiani Pontara Faé, enfatiza que o diagnóstico precoce é essencial para o prognóstico, “sendo realizado por exame clínico, exames de imagem e biópsia”. “E a mamografia é o principal método de rastreamento”, diz.
Conforme a atualização recente das diretrizes do Ministério da Saúde, o acesso à mamografia no SUS será garantido a todas as mulheres de 40 a 49 anos, mesmo na ausência de sinais ou sintomas de câncer de mama. Essa faixa etária concentra 23% dos casos da doença. “Essa estratégia é fundamental para aumentar significativamente as chances de cura e reduzir a mortalidade, garantindo a integralidade do cuidado da saúde da mulher, oportunizando o diagnóstico precoce. A confirmação depende da análise histopatológica do material obtido por biópsia. No Espírito Santo, desde 2024, a Portaria nº 144-R/2024 já ampliou essa oferta pelo SUS para faixa etária de 40 a 69 anos”, esclarece Christiani Pontara Faé.
Tratamento
A enfermeira e referência técnica da Vigilância Epidemiológica da Sesa, Larissa Dell'Antonio, salienta que o diagnóstico precoce e o início do tratamento em tempo oportuno são fundamentais para que a paciente tenha melhor prognóstico. “Os planos terapêuticos são traçados individualmente, pois são levados em consideração o tipo histológico e o estadiamento do tumor, bem como o histórico de saúde da paciente, como, por exemplo, a presença de comorbidades ou tratamentos oncológicos anteriores”, ressaltou Larissa Dell'Antonio.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Espírito Santo, o primeiro contato da mulher ocorre geralmente com o médico de família ou com o (a) enfermeiro (a), que podem indicar a realização do exame. Caso os resultados indiquem a necessidade de acompanhamento, a paciente é encaminhada a um serviço de referência, onde terá acesso ao tratamento adequado. Nos hospitais de referência, as condutas terapêuticas são definidas de acordo com a condição clínica de cada paciente.
“A atenção contínua à própria saúde, por meio de consultas e avaliações regulares, é fundamental para as mulheres, em especial para detecção de possíveis doenças”, completa a enfermeira Larissa Dell'Antonio.
Dicas para uma vida saudável e prevenção de cânceres
A prevenção do câncer de mama pode ser primária, com foco na redução de fatores de risco e promoção de hábitos saudáveis, como atividade física, alimentação equilibrada rica em frutas, verduras, legumes, controle do peso, mantendo o peso corporal adequado. Não fumar, ter a moderação no álcool e o incentivo à amamentação também contribuem para a prevenção; ou secundária, voltada à detecção precoce por meio de mamografias e acompanhamento na Atenção Primária à Saúde, permitindo intervenção rápida e maior sobrevida.
“O ‘Outubro Rosa’ é um convite para que todas as mulheres cuidem de si e fiquem atentas aos sinais do corpo. O conhecimento e a prevenção são os maiores aliados na luta contra o câncer de mama”, destacou a referência técnica da Saúde da Mulher, da Sesa, Christiani Pontara Faé.
Dados
No ano de 2024, foram registrados 1.551 novos casos de câncer de mama, sendo que, de janeiro a setembro do mesmo ano, foram registrados 1.181 casos. Neste ano de 2025, no mesmo período de janeiro a setembro, foram registrados 501 novos casos de câncer de mama
No Espírito Santo, de janeiro a julho deste ano, foram registradas 9.482 internações de mulheres por tipos de cânceres. Enquanto no mesmo período em 2024, foram 8.994 registrados. Já durante todo o ano de 2024, 16.136 internações foram registradas.
Quanto às internações específicas por câncer de mama, de janeiro a julho deste ano, foram registradas 1.566 internações de mulheres por câncer de mama. Já durante o mesmo período de 2024, foram 1.431 internações registradas. Porém, durante todo o ano de 2024, foram 2.653 internações registradas. (Dados Sesa – NEPSS em 18/09/25)
Dados sobre os óbitos por câncer de mama feminino, segundo fonte do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), foram registrados no Estado em 2024, 385 mortes, sendo 251 registradas no período de janeiro a agosto. Já em 2025, de janeiro a agosto, foram registrados 242 óbitos em mulheres por decorrência da doença.
Ao todo, em 2024, foram registrados 2.511 óbitos por cânceres em geral em mulheres. Já em 2024, de janeiro a agosto, 1.670 óbitos foram registrados por cânceres em mulheres no Espírito Santo. Neste ano, de janeiro a agosto, foram 1.503 óbitos registrados por cânceres.
Sobre o câncer de mama em homens, segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), foram registrados no Estado em 2024 um total de três mortes, sendo uma registrada no período de janeiro a agosto. Já em 2025, de janeiro a agosto, foram registrados três óbitos em homens, em decorrência da doença.
Quanto à realização de mamografias, foram realizados 99.381 (mamografias diagnósticas e mamografias de rastreamento) exames, em 2024, sendo 58.578 de janeiro a agosto. Entretanto, de janeiro a junho de 2025, foram realizados 46.136 exames de mamografia. (Dados Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS – SIA/SUS, em 18/09/25).
O Espírito Santo tem hospitais qualificados para a realização do tratamento de câncer de mama. Entre eles, estão:
Hospital classificado como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON)
- Hospital Santa Rita de Cássia (HSRC-AFECC) – instituição filantrópica conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS);
Hospitais classificados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON)
- Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI) – instituição filantrópica, conveniada ao SUS;
- Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (Hinsg) - Unacon exclusiva de Oncologia Pediátrica.
- Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam) – instituição pública federal, vinculada à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes);
- Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV) – instituição filantrópica, conveniada ao SUS, vinculada à instituição de ensino Emescam;
- Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV) – instituição filantrópica, conveniada ao SUS, vinculada à instituição de ensino Univix;
- Hospital Maternidade São José (HMSJ) – instituição filantrópica, vinculada ao SUS;
- Hospital Rio Doce – instituição filantrópica, vinculada ao SUS;
A Sesa participará de ações em parceria com a Afecc, no decorrer do mês de outubro. Serão realizadas palestras direcionadas às mulheres e público em geral. Veja a programação das palestras:
08/10 – Cariacica - 14h – Centro Margarida - Mulheres e público geral.
14/10 – Linhares – 10h – Comunidade Quilombola de Povoação - Mulheres da Comunidade Região
14/10 – Linhares – 14h – Centro Margarida - Mulheres atendidas no Centro e Mulheres do Campo
18/10 - Vila Velha – 09h – Unidade de Saúde da Barra do Jucu - Mulheres Bordadeiras
22/10 - Cachoeiro do Itapemirim – 14h - Centro Margarida - Mulheres atendidas no Centro e Quilombolas
24/10 - Vitória Auditório da SESM – Direcionada às Mulheres de Matrizes Africanas
09/10 - Aracruz – 09h – Aldeia Nova Esperança - Mulheres Indígenas
29/10 – Vitória - Auditório da SESM - 14h - Mulheres com Fibromialgia
Programação nos hospitais estaduais
O Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) abraça a campanha “Outubro Rosa”, com a promoção da saúde e o cuidado integral. Durante todo o mês, profissionais da saúde e do serviço social realizarão ações de conscientização para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, direcionado às mães atendidas na maternidade e àquelas que acompanham seus filhos em tratamento nas diversas unidades do hospital.
Entretanto no dia 15 de outubro, às 15 horas, haverá uma palestra com o tema “Um toque pode salvar sua vida”, ministrada pela enfermeira Jovana Ferreira, que superou o câncer de mama e compartilhará parte de sua jornada como paciente oncológica, dando orientações sobre a prevenção da doença.
O Hospital Jayme Santos Neves realizará o “Outubro Rosa” deste ano, junto à Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), com programações contendo roda de conversas, dinâmicas e jogos grupais, sempre abordando também, assuntos ligados à campanha.
A programação está marcada para os dias 14 e 15 de outubro, sempre na parte da tarde, no auditório do hospital.
Será realizado um jogo de perguntas e respostas. Será disponibilizado uma caixa temática do “Outubro Rosa” com perguntas frequentes sobre o câncer de mama; Roda de conversa sobre a prevenção ao câncer de mama; Mural expondo informações sobre os alimentos que contribuem para o desenvolvimento de câncer e seus valores nutricionais; Terá um profissional da saúde para tirar dúvidas sobre o tema e ensinar a técnica correta de autoexame.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Luciana Almeida / Danielly Campos / Thaísa Côrtes / Ana Cláudia dos Santos