18/12/2018 14h41 - Atualizado em 18/12/2018 15h46

Sesa apresenta resultados do uso do Monitoramento Inteligente do Aedes

Após um ano e meio da implantação do Sistema de Monitoramento Inteligente do Aedes (MI Aedes), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou o Seminário Estadual de Combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Durante o encontro, foram apresentados os resultados do uso do sistema pelos municípios em todo o Estado. Os 78 municípios do Espírito Santo já contam com as armadilhas que capturam o mosquito Aedes aegypti e monitoram o vírus da dengue, zika ou chikungunya.

O evento aconteceu na manhã dessa segunda-feira (17), no auditório do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, e contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira; da gerente de Vigilância em Saúde, Gilsa Rodrigues; do chefe da Vigilância Ambiental da Sesa, Roberto Laperriere Jr.; da chefe da Vigilância Epidemiológica da Sesa, Célia Birchler; e da médica infectologista e epidemiologista da Sesa, Theresa Cristina Cardoso da Silva. O evento foi direcionado aos profissionais da Saúde de todo o Estado.

O secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, destacou que a implantação do MI Aedes acelera a circulação da informação sobre a situação das regiões e permite que o município realize um bloqueio imediatamente, impedindo que a infestação pelo mosquito prejudique a população. “Temos vários resultados. Do ponto de vista de eficiência, representa um gasto muito menor para poder fazer o controle. Tem uma eficiência enorme, eficácia, tem efetividade, e é isso o que vamos mostrar”, disse.

Oliveira ressaltou ainda que no verão, que começa na próxima sexta-feira (21), neste ano, apesar de o Estado estar com um dos níveis mais baixos de infestação do mosquito e isso ser uma boa notícia, é preciso manter esse controle. “A população precisa entender que mais de 80% dos focos do mosquito estão dentro das residências. Por isso, uma vez por semana, é preciso tirar 10 minutinhos para limpar tudo, verificar se tem água empoçada em algum lugar. Não podemos baixar a guarda para manter esse nível baixo que nós temos de infestação”, frisou o secretário.

A gerente de Vigilância em Saúde, Gilsa Rodrigues, reforçou a fala do secretário sobre o fato de o Espírito Santo estar com uma situação, segundo ela, teoricamente favorável, em relação ao controle do vetor (mosquito). No entanto, ela ressaltou que a reintrodução do sorotipo 2, que causa maior gravidade nos casos de dengue, estava sem registros há nove anos. “Quando olhamos a gravidade dos casos neste ano, vemos que teve menos óbitos do que no ano passado (observando o ano inteiro), apesar de termos uma incidência de dengue maior que no ano passado. Mas a gente está atribuindo esse aumento à reintrodução do sorotipo 2, que pegou parte da população que estava suscetível. Mas apesar da reintrodução do sorotipo 2 nós não tivemos surtos ou epidemias”, explicou.

A infectologista e epidemiologista da Gerência de Vigilância em Saúde (Gevs), Theresa Cristina Cardoso da Silva, alertou para uma situação que, até então, nunca havia acontecido: pacientes que tiveram dengue e chikungunya ao mesmo tempo. “Vale ressaltar que nosso Estado é pequeno, litorâneo e de alta densidade populacional, e isso faz com que o vírus circule bem”, disse.

 

Resultados das armadilhas

Em relação a este primeiro um ano e meio de uso do Monitoramento Inteligente Aedes no Espírito Santo, Gilsa Rodrigues frisou que o sistema tem auxiliado positivamente o trabalho das prefeituras e do Estado no combate ao mosquito.

Ela explicou que com o uso do equipamento, após a captura do mosquito fêmea, em uma semana é possível saber qual o vírus o vetor contém. “Isso nos dá uma vantagem enorme para fazer a gestão do trabalho dos agentes, pois eles irão se concentrar nas áreas que capturaram o maior número de fêmeas ou onde houve maior virologia positiva”, ressaltou. 

Sobre as armadilhas, o chefe da Vigilância Ambiental da Sesa, Roberto Laperriere Jr., apontou que entre os pontos fortes apresentados pelos municípios estão a rapidez no acesso às informações, a redução da tendência de aumento de casos, o fornecimento de informações de qualidade e a redução dos gastos.

Dados sobre a incidência acumulada de arboviroses (zika, dengue e chikungunya) no Espírito Santo apresentados por Laperriere apontam que em 2017 ficou em 184,34. Já neste ano, a incidência ficou em 226,94 (a incidência acumulada é calculada por mil habitantes).

“Quando a gente observa aqueles boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde divulgando que o Espírito Santo é o Estado da região Sudeste com maior incidência de dengue, pode até ser, mas quando a gente leva em consideração as arboviroses como um todo, nós não somos a maior incidência da região Sudeste, quiçá do Brasil. O Ceará, por exemplo, teve em 2017 uma incidência de 1.992 (por mil habitantes), muito além da incidência do Estado do Espírito Santo. Não estamos entre as maiores incidências do País nem em 2017 nem em 2018.”

Em Venda Nova do Imigrante, o médico veterinário e integrante da equipe do MI Aedes no município, Márcio Bissoli Vargas, contou que no início da implantação das armadilhas foram instaladas na cidade 10 equipamentos, e agora são 25. Segundo ele, os benefícios colhidos durante este tempo têm sido satisfatórios no município.  “As ações em Venda Nova do Imigrante estão somando ao nosso trabalho. O monitoramento do MI Aedes é um fator a mais dentro das informações que estamos usando no município para o controle do vetor no combate ao Aedes”.

 

Como funciona o MI Aedes

Em todo o Estado são mais de 7 mil armadilhas de captura para monitoramento do Aedes aegypti instaladas em locais com maior concentração de pessoas, como igrejas, unidades de saúde, hospitais, rodoviárias, escolas, entre outros.

O Espírito Santo é o primeiro Estado brasileiro a implantar esse tipo de sistema em todos os municípios, e o investimento do Governo do Estado para a implantação dos equipamentos foi de R$ 3,2 milhões. A responsabilidade pela instalação é dos municípios.

O sistema funciona da seguinte forma: os mosquitos capturados nessas armadilhas são recolhidos e enviados para análise, que permitirá saber qual o vírus está presente nele. Os resultados dessas análises são informados no sistema, o que permite a visualização, em mapas, dos locais com maior infestação do mosquito, permitindo ações de intervenção imediatas.

 

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde
E-mail: asscom@saude.es.gov.br
Tels.: (27) 3347-5642/3347-5643

 

 

 

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard