02/06/2022 15h31

Sesa alerta para aumento do número de crianças com sobrepeso e obesidade no Estado

Um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde (Sesa) aponta que os indicadores de obesidade infantil vêm apresentando crescimento no Espírito Santo. Conforme dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional da Sesa, entre as 60.384 crianças avaliadas em 2021 pela Rede de Atenção Primária de Saúde (RAS), 3.904 apresentaram problemas com a obesidade.

Nesta sexta-feira (3), data em que é lembrado o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil, a Secretaria da Saúde faz um alerta para a importância de os responsáveis pelas crianças e adolescentes manterem os cuidados na rotina de alimentação.

A referência técnica e nutricionista do Núcleo Especial de Atenção Primária, Raiany Jalles, informou que a prevalência da obesidade tem aumentado de maneira epidêmica entre crianças e adolescentes, nas últimas quatro décadas, e, atualmente, representa um problema de saúde pública no mundo.

“É fundamental que os pais e cuidadores acompanhem regularmente nos serviços de saúde o desenvolvimento infantil de seus filhos. Além disso, é importante que criem um ambiente que seja favorável à alimentação saudável, à redução do comportamento sedentário e às boas práticas de sono, e, claro, sem exigir alterações no peso da criança e/ou adolescente. É importante se conscientizar de que a obesidade infantil pode causar problemas de saúde graves e emocionais, que são capazes de permanecer ao longo da vida deste indivíduo”, ressaltou Raiany Jalles.

Riscos

A obesidade entre crianças e adolescentes pode ser resultado de diversos fatores, como genéticos individuais, ou comportamentais, ambientais, familiar, comunitário, escolar, social e políticos. Nesses casos, o fator ambiental, que é o principal causador da prevalência da obesidade na população, se refere aos locais em que há um promotor ou facilitador de escolhas alimentares não saudáveis e de comportamentos sedentários.

Além disso, existem os fatores da ausência ou curta duração do aleitamento materno e também o consumo excessivo de alimentos ultra processados densamente calóricos, ricos em gorduras, açúcares e sódio, além da inatividade física, aumento do comportamento sedentário e sono inadequado.

Crianças e adolescentes com obesidade podem apresentar:

- Dificuldades respiratórias;

- Aumento do risco de fraturas e outros agravos osteoarticulares;

- Hipertensão arterial sistêmica;

- Marcadores precoces de doenças cardiovasculares;

- Resistência à insulina;

- Câncer;

- Efeitos psicológicos, como baixa autoestima, isolamento social e transtornos alimentares, entre outros.

 

Além dessas consequências na obesidade infantil, ao longo da vida, o indivíduo pode apresentar:


- Transtorno do déficit de atenção;

- Isolamento social;

- Bullying;

- Baixa autoestima;

- Autoimagem negativa;

- Transtornos alimentares.

 

Dicas para os cuidadores

Realizar o acompanhamento regular nas Unidades Básicas de Saúde para observar o desenvolvimento infantil, por meio das curvas na caderneta da criança, é uma das atitudes para manter os cuidados na saúde da criança ou do adolescente. Outros pontos importantes são a realização de padrões comportamentais, como bons hábitos alimentares, atividade física e de sono, por meio dos próprios comportamentos. Isto é, uma modelagem social é fundamental.

Também é importante que os cuidadores compreendam que as práticas parentais, como as de controlar a disponibilidade e a acessibilidade a alimentos dentro do domicílio (especialmente na restrição da disponibilidade de alimentos ultra processados); monitorar o tempos de tela (televisão, celular, videogames e computador/tablet) das crianças e adolescentes; dar apoio à realização de atividades físicas extracurriculares e brincadeiras ao ar livre pela criança, entre outros, ajudam na efetividade de uma modelagem comportamental entre crianças e adolescentes.

Os hábitos são formados na infância, que é quando ocorre o desenvolvimento da obesidade neste período e a chance de o indivíduo se tornar obeso na vida adulta é de 75%. Nesse sentido, prevenir a obesidade infantil visa a uma melhor qualidade de vida da criança na infância e para a vida adulta.

 

Dados

No Espírito Santo, ainda segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional da Sesa, 6,47% crianças avaliadas pela Rede de Atenção Primária à Saúde, em 2021, apresentaram obesidade. Com a soma dos indicadores de obesidade infantil e entre adolescentes no Estado, no mesmo ano de 2021, o total sobe para 14,83% das 60.834 avaliações, o equivalente a 8.959 crianças.

 

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