Produção agrícola do Espírito Santo cresce em 2024 e café puxa valorização
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (10), os resultados preliminares da Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2024. A Gerência de Dados e Análises da Seag comparou as estatísticas referentes ao último ano em relação com o ano anterior. Os dados mostram que a agricultura capixaba manteve seu dinamismo e diversificação econômica, com destaque para o café, pimenta-do-reino e frutas tropicais.
O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, comentou sobre os números:
“Os dados expressam a força da agricultura capixaba. O café e pimenta-do-reino aumentaram a renda rural em 76,8% e 116,6% respectivamente, e seguem projetando o Espírito Santo no Brasil e no mundo. Esse resultado é fruto do trabalho incansável dos produtores e também do compromisso do Governo do Estado em apoiar o campo com políticas públicas, crédito rural, pesquisa aplicada e assistência técnica. Vamos continuar fortalecendo o agronegócio capixaba com boas práticas e boas políticas”, afirmou o secretário Enio Bergoli.
Café lidera o crescimento
O café continua sendo o carro-chefe do campo capixaba. Em 2024, a produção total subiu 7,4%, chegando a 881,6 mil toneladas, enquanto a produtividade média cresceu 5,2%. O que mais chama atenção, porém, é o valor da produção: R$ 16,7 bilhões, um salto de 76,8% em relação a 2023, impulsionado pelos preços internacionais.
- O conilon (café canephora), que é a base da produção estadual, manteve estabilidade no volume (+0,9%), mas praticamente dobrou de valor (+71,6%);
- O arábica foi o grande destaque, com aumento de 32,5% na produção e 93,5% no valor gerado, refletindo produtividade maior e bons preços.
Pimenta-do-reino dobra de valor
A pimenta-do-reino, cultura em que o Espírito Santo é líder nacional, apresentou leve queda na produção (-5,4%), mas o valor da produção mais que dobrou, crescendo 116% e alcançando R$ 2,2 bilhões. O resultado reflete a valorização do produto no mercado internacional.
Frutas tropicais em movimento
Entre as frutas, o desempenho foi variado:
- O mamão, produto de forte peso nas exportações capixabas, cresceu 13% em volume, mas registrou queda de 27% no valor da produção, influenciado pela redução dos preços;
- O abacate dobrou de valor (+101%) e também aumentou em volume (+14%), confirmando sua expansão comercial;
- O abacaxi teve alta de 16% no valor da produção, mesmo com estabilidade na área;
- Já a banana, que segue como uma das frutas mais cultivadas no Estado, apresentou crescimento moderado: +3,5% na produção e +10% no valor.
Outras culturas
- O cacau manteve produção estável, mas o valor quase triplicou (+193%), reflexo da valorização histórica no mercado mundial;
- A cebola surpreendeu, com salto de 87% no valor da produção, graças à maior produtividade;
- A mandioca e o milho recuaram em área, volume e valor, mostrando retração no campo;
- A soja, ainda pouco representativa no Espírito Santo, encolheu quase 50% em área e 60% na produção.
Balanço geral da PAM 2024
A PAM 2024 mostra que o campo capixaba segue competitivo e diversificado. As oscilações refletem, principalmente, o comportamento dos preços no mercado internacional, que favoreceram culturas, como café, cacau e pimenta-do-reino. Por outro lado, produtos como mamão e tomate sofreram redução no valor mesmo com crescimento em volume.
O gerente de dados e análises da Seag, Danieltom Vandermas, comentou tecnicamente sobre os dados:
“A PAM 2024 confirma que o Espírito Santo vive um ciclo de valorização agrícola sem precedentes. O valor da produção de café saltou quase 77% em apenas um ano, alcançando R$ 16,7 bilhões, o que mostra a relevância estratégica do setor para nossa a economia. Outro dado emblemático é a pimenta-do-reino: mesmo com queda de 5% no volume, o valor produzido mais que dobrou, refletindo a força do mercado externo. Já o cacau, em meio a uma crise global de oferta, praticamente triplicou de valor no Estado. Esses números mostram que o Espírito Santo está inserido em cadeias globais altamente sensíveis a preços, onde eficiência, tecnologia e inteligência de mercado fazem toda a diferença”, pontuou Vandermas.
O desempenho reforça a importância das exportações e da diversificação agrícola como motores da economia rural no Espírito Santo.