25/09/2025 16h41

Novo serviço de Terapia Renal Substitutiva amplia número de vagas na região Metropolitana de Saúde

Há três meses, pacientes em estágio avançado da Doença Renal Crônica (DRC), que residem na região Metropolitana de Saúde do Espírito Santo, passaram a contar com um novo serviço de Terapia Renal Substitutiva (TRS). O serviço, ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da contratualização da Clínica NEFRUS, em Vila Velha, oferece 186 vagas ao tratamento que busca garantir uma melhor qualidade de vida.

A TRS inclui hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal, e é indicada para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica que apresentam deterioração da função renal, quando já estão no estágio 5 da doença, o último. A região Metropolitana de Saúde concentra mais 50% do número de pacientes com DRC no Estado, que dependem da TRS. Ao todo, 2.788 pacientes estão em tratamento no Espírito Santo.

Atualmente, a Clínica NEFRUS já conta com 82 pacientes em tratamento pelo SUS, sendo um desses beneficiados o aposentado Edsmar Spagnol, de 64 anos. Morador de Vila Velha, o aposentado foi o primeiro paciente do SUS a iniciar o tratamento no novo serviço, e contou o diferencial. “É um espaço que dá prazer de ir. Ali somos uma família, eles cuidam bem dos pacientes e já entramos com vontade de fazer o tratamento. Quando acaba a sessão, encontro todos com bom humor, de funcionários aos pacientes”, disse Edsmar.

Para o secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, o atendimento diferencial ofertado pela clínica vai ao encontro das iniciativas que o Governo do Estado vem se propondo realizar para a modernização e qualificação dos serviços do SUS, assim como a ampliação da oferta. “É importante que paciente faça o seu tratamento em um espaço acolhedor e de qualidade. Assim como a expansão da oferta na região Metropolitana para TRS, a Sesa vem trabalhando para ampliar não só os exames, como consultas e cirurgias, de maneira regionalizada, para trazer mais qualidade de vida aos cidadãos capixabas”, salientou Hoffmann.

O paciente Edsmar contou ainda que está em tratamento de TRS desde 2021, e que chega a ir à clínica três vezes na semana e, devido a sua condição clínica, também aguarda por um transplante de rim. Com o tempo na clínica, ele destacou o cuidado para com todos. “Lá é um técnico para cada quatro pacientes e esse técnico fica o tempo todo com a gente. Além disso, toda hora o médico e as enfermeiras vêm falar conosco, somos bem assistidos”, disse.

De acordo com o subsecretaria de Estado de Regulação do Acesso em Saúde, Gleikson Barbosa, o novo serviço pela clínica NEFRUS representa um avanço significativo para a região Metropolitana. A Subsecretaria abrange a operacionalização do fluxo de acesso ao serviço de TRS no Estado, por meio da regulação. “A implantação do novo serviço com a habilitação da NEFRUS para a oferta no âmbito do SUS auxiliou o Estado a ampliar a nossa capacidade assistencial e a oferta de TRS na região, permitindo maior resolutividade regional, redução de deslocamento e tempo de espera. Além disso, temos a clínica NEFRUS, que traz qualidade no serviço, além de nova e bem equipada”, ponderou Barbosa.

O serviço é contratualizado pela Secretaria da Saúde (Sesa), por meio da Superintendência Regional Metropolitana de Saúde, e abrange uma gama de serviços e exames, como procedimentos dialíticos, consulta médica, complementação de tratamento dialítico, acesso para diálise, intervenções cirúrgicas em acessos para diálise, órteses, próteses e materiais especiais.

Pacientes DRC em tratamento com TRS no Estado

Até final de julho, o Espírito Santo contava com 2.788 pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em Terapia Renal Substitutiva (TRS). O cenário de oferta e demanda por vagas de TRS é dinâmico e monitorado continuamente pela Central Estadual de Regulação da Terapia Renal Substitutiva (CET-TRS).

A regulação segue, principalmente, o princípio da regionalização, ofertando o serviço em unidades credenciadas mais próximas dos pacientes. Desta forma, a TRS é ofertada por região de saúde. Atualmente, 2.788 pacientes estão em tratamento no Espírito Santo, sendo 1.591 na região Metropolitana; 524 na região Central; 370 na região Norte e; 303 na região Sul. 

Sobre as DRCs

As Doenças Renais Crônicas (DRC) são um termo geral para alterações heterogêneas que afetam tanto a estrutura quanto a função renal, com múltiplas causas e múltiplos fatores de risco. Trata-se de uma doença de curso prolongado, que pode parecer benigno, mas que muitas vezes se torna grave e que na maior parte do tempo tem evolução assintomática.

De acordo com a médica nefrologista e referência técnica da Rede de Doenças Crônicas, da Secretaria da Saúde, Alice Pignaton Naseri, a principal função do rim é remover os resíduos e o excesso de água do organismo, sendo que a classificação da DRC se dá quando há uma redução dessa capacidade por, pelo menos, três meses consecutivos.

A profissional conta que, na maior parte do tempo, a evolução da doença renal crônica é assintomática, fazendo com que o diagnóstico seja feito tardiamente. “A doença pode ser classificada por estágios do 1 ao 5, conforme a perda renal. A indicação de iniciar TRS é com ritmo de filtração glomerular menor que 10mL/min, que é o estágio 5. Os estágios 1,2,3 e 4 são estágios em que o tratamento é conservador”, explicou Alice Pignaton Naseri.

Ainda, segundo a médica, por ser uma doença que tem a evolução assintomática, a população precisa se atentar aos principais fatores de riscos para o desenvolvimento de uma DRC, especialmente pacientes com diabetes e hipertensos. “Os principais fatores de risco para a doença renal crônica são a diabetes e a hipertensão, ambas cuidadas na Atenção Básica. Por isso, é importante o tratamento e o controle dos fatores, com foco nessas duas condições, como o controle adequado da pressão arterial e manejo do diabetes”, detalhou a médica.

Para além desses dois, ela citou também como fatores de riscos: idade avançada; tabagismo; ser portador de obesidade; ter histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca); ter histórico de Doença Renal Crônica na família.

“A prevenção das doenças renais crônicas está diretamente relacionada a estilos e condições de vida das pessoas, por isso, a promoção de hábitos alimentares adequados e saudáveis, assim como a prática de atividade física regular, são essenciais para a sua prevenção”, complementou Alice Pignaton Naseri.

 

A importância do transplante de rins

O transplante renal é uma opção terapêutica para pacientes com doença renal crônica avançada, quando o paciente atinge o estágio 5, isto é, quando os rins não são mais capazes de desempenhar suas funções adequadamente. O procedimento envolve a substituição do rim doente por um rim saudável, proveniente de um doador vivo ou falecido.

Além disso, o transplante renal é uma das formas de tratamento utilizada com objetivo de melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Segundo a nefrologista e referência técnica Alice Pignaton Naseri, o transplante é o tratamento mais fisiológico para DRC em grau 5. “É o melhor tratamento”, disse.

No Espírito Santo, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes (CET-ES), do início do ano até esta segunda-feira (18), foram realizados 42 transplantes de rim. Em 2024, durante todo o ano, foram feitos 102 transplantes. Atualmente, 1.069 pacientes estão inscritos para transplante renal.

 

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