08/03/2019 10h59 - Atualizado em 08/03/2019 13h30

Mulheres da tropa de elite da Sejus são preparadas para superar limites

Prover a segurança da equipe e de juízes durante visitas e vistorias nas celas das penitenciárias, treinar e coordenar a atuação de cães farejadores e de controle, restaurar a ordem dos presídios em situações de crise. Essa é a missão dos agentes que integram a Diretoria de Operações Táticas (DOT) da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

Todos os integrantes da equipe são servidores efetivos penitenciários, que após o período mínimo de dois anos de vivência nas unidades, podem se inscrever e participar do processo de formação e seleção para integrar a equipe de elite da Secretaria. Para isso, o treinamento inclui uma grade curricular extensa que abrange diversas áreas de atuação, tais como: escolta, abordagem, intervenção, trabalho em equipe, atividade física, bem como noções de sobrevivência.

Entre os membros da DOT, estão mulheres de garra, como a agente A.F.C, conhecida na Diretoria pelo número 82.

“Eu fui aprovada no processo seletivo interno, passei por dois estágios de nivelamento e o curso básico prisional ministrado pela DOT. Tive que me preparar: incontáveis horas de preparo para aprimorar o condicionamento físico e treinamentos táticos. E eu sou muito respeitada no meu ambiente de trabalho. A equipe me ensinou tudo que eu sei e, esse conhecimento, me tornou uma operacional de ponta”, detalha a agente.

Para A.F.C. o treinamento com a mulher conta com mais rigor, uma vez que o sexo feminino tende a ser alvo visado durante as ocorrências. “Temos de estar preparadas para qualquer situação. Me sinto muito prestigiada e feliz. Sou agradecida a tudo que conquistei na Sejus, em especial na DOT. Temos preparo psicológico e me considero bem forte e preparada, além de conseguir conciliar minha vida à rotina do grupamento”, afirma.

A rotina citada pela agente nº 82 envolve conciliar as escalas, os acionamentos repentinos – típicos de uma equipe tática – com a criação de seus dois filhos. Além disso, os estudos são valorizados na equipe. Além do preparo físico e tático, a servidora cursou pós-graduação em gestão de segurança pública e ressalta que é preciso estar em constante atualização de suas especializações.

Preparo para enfrentar crises

A agente J.A.S, conhecida pelo número 24, integra a equipe da DOT desde a criação do grupo, em 2013. Ela explica que fazer parte de um grupo especializado foi o que a atraiu, pois tinha interesse em aprender coisas novas, superar limites e estar sempre em movimento, com treinamentos constantes.

“Desempenho todas as tarefas de competência da DOT, em especial, atuo no adestramento e operações com cães. Não só na DOT, mas em todos os grupos de operações táticas, é uma atividade exercida predominantemente por homens. O fato de fazer parte da equipe e exercer com excelência essas atividades me faz sentir orgulho de representar o sexo feminino. Isso mostra que somos capazes de ser tão eficientes quanto os homens”, diz orgulhosa.

Há 18 anos na Sejus, a agente L.L.S.C. é o número 78 da DOT e destaca que deseja encerrar sua carreira, ao se aposentar, junto ao grupamento.

“Me sinto imensamente orgulhosa e realizada por fazer parte dessa equipe e assim mostrar que as mulheres também podem contribuir com suas características nesse ambiente operacional. Ser mulher nunca me impediu de executar as minhas funções. Acredito que quando se faz o que se ama, administramos o tempo para cuidar da casa, estar com a família e amigos, descansar e desempenhar o trabalho com zelo e dedicação”, afirma.

Superar limites

O desafio profissional pode ser ainda maior para quem acabou de se tornar mãe. A servidora J.S., número 77, relata que o processo de ingresso à DOT se deu no período seguinte à sua licença maternidade. Mas todo o esforço para fazer parte da equipe valeu à pena, já que atuar em um grupo de elite sempre foi um sonho de criança.

“O preparo para o processo seletivo foi desafiador. Eu estava acima do peso, um pouco sedentária pois minha filha era um bebê. Cerca de 24 inspetores penitenciários participaram do mesmo processo seletivo, mas somente cinco passaram, sendo três mulheres. A rotina é pesada, mas eu conto com o apoio da minha família que vibra comigo quando somos acionados e realizamos com sucesso o nosso trabalho”, destaca.

Para a inspetora J.S.G., que há cerca de um ano assumiu como chefe de equipe na DOT, pertencer ao grupamento é, de certa forma, uma quebra de paradigmas. “A gente demonstra na prática que as competências e capacidades são iguais para homens e mulheres. Além disso, se faz necessária a participação feminina, visto que também temos uma população carcerária feminina que requer um tratamento especializado”, explica.

J.S.G. ainda ressalta o amor pela atividade. “Nós estamos aqui porque realmente gostamos. O já conhecido fato da mulher conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo nos ajuda muito. Com disciplina e competência é possível para a mulher desempenhar com excelência as atividades que se propõe a cumprir, com sua sensibilidade, determinação e coragem”, destaca.

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