No município de Linhares, cerca de 380 internos da Penitenciária Regional do município atuam em diversas frentes de trabalho. São vagas nas áreas da construção civil, polo moveleiro, agricultura, manutenção, capina e jardinagem, entre outras.

Na unidade de regime semiaberto, internos são encaminhados para trabalhos internos e externos. “A grande maioria dos internos entram na unidade sem uma profissão ou habilidade técnica para o trabalho. Porém, atuamos com uma política de ressocialização que oferece oportunidades ao preso. Eles foram adquirindo conhecimento e tiveram a chance de aprender uma profissão”, disse.

Atualmente, uma parceria com a Prefeitura de Linhares tem possibilitado a reforma de diversos espaços públicos, como a quadra poliesportiva do Bairro Jardim Laguna, que recebeu limpeza e pintura, assim como a manutenção do Projeto Social Meninos da Terra e da Associação dos Deficientes de Linhares (ADEFIL).

O trabalho com mão de obra prisional também atendeu ao Projeto Castramóvel, onde internos auxiliaram os profissionais do projeto durante o processo de castração de animais.

Somente este ano, o trabalho de reforma, pintura e manutenção realizado por internos atendeu a diversas instituições, entre elas, Lar da Fraternidade, Lar Abrigo de Luz, além do Conselho de Segurança (Consel) do município.

Na Associação Pestalozzi de Linhares, além do trabalho de manutenção, uma pintura artística está sendo realizada no espaço externo de acesso à piscina. Temas que remetem ao fundo do mar estão ganhando forma por meio do pincel usado pelo interno P.E.S.R. Ele também é autor das ilustrações do livro Mestiça, da escritora Maria Thereza Cavalcante.

P.E.S.R. conta que tinha facilidade com desenhos nos cadernos de escola, porém, foi dentro da unidade prisional que o dom tem sido aperfeiçoado.

“O cárcere transformou essa aptidão em profissão, e com o tempo o aperfeiçoamento veio me preparando para qualquer demanda de trabalho artístico. Hoje vejo um futuro com esse trabalho. Quando for embora vou continuar trabalhando com pintura e com certeza é de onde virá a minha renda para sobreviver. Penso que eu vou pintar até quando eu não conseguir mais controlar os traços do pincel”, disse.

Dentro da unidade prisional, cerca de 140 internos estão trabalhando em várias frentes de trabalho como na lavanderia, almoxarifado, arquivo, limpeza, coleta de lixo, capina, jardinagem, biblioteca, entrega de alimentação, além das barbearias, rádio interna, na horta, bem como na fábrica de blocos e nos projetos de artesanato.

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