Incaper orienta produtores e técnicos do sul capixaba sobre manejo agroecológico do solo
A Escola Família Agrícola de Cachoeiro de Itapemirim (Efaci) recebeu, neste mês, o curso Manejo Agroecológico dos Solos, ministrado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Cerca de 35 participantes — entre estudantes, agricultores, extensionistas e técnicos de prefeituras da região Sul-Caparaó — aprofundaram conhecimentos sobre práticas que elevam a fertilidade do solo, reduzem custos de produção, ampliam a biodiversidade e favorecem a conservação dos recursos naturais.
Conduzida pelo pesquisador em Agroecologia Jhonatan Marins Goulart, a capacitação integra as ações do Pacto Ecológico Capixaba, iniciativa coordernada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e apoiada pelo Incaper. O principal objetivo foi contribuir para a elaboração de Planos Municipais de Agroecologia da região.
Ao longo dos dois dias de atividades (14 e 15 de novembro), os participantes tiveram contato com estratégias teóricas e práticas voltadas à construção e manutenção da fertilidade, passando por temas como saúde do solo, produção de bioinsumos, práticas conservacionistas e alternativas de manejo fitossanitário.
O grupo também conheceu diferentes espécies utilizadas na cobertura do solo e adubação verde. As fabáceas (leguminosas) ganharam destaque por sua capacidade de aporte biológico de nitrogênio, por meio da associação com bactérias fixadoras. Entre as plantas apresentadas estavam crotalárias (juncea, spectabilis, ochroleuca e grahamiana), feijão-de-porco, tephrosias (sinapou e vogelii) e diversas variedades de mucuna (cinza, preta, verde e anã).
Outro tema abordado foi a produção de fertilizantes fermentados, como o bokashi, elaborado a partir de resíduos agrícolas e agroindustriais. A técnica, de baixo custo e fácil aplicação, contribui para a reciclagem de nutrientes, reduz passivos ambientais e fortalece práticas alinhadas à economia circular.
"Adotar esse tipo de manejo favorece a recomposição da matéria orgânica, melhora a estrutura física do solo, estimula a vida microbiana, amplia a infiltração de água, reduz a compactação e recupera a fertilidade ao longo do tempo. É uma abordagem que conserva e também regenera a capacidade produtiva e ecológica das áreas cultivadas", assinala Jhonatan Goulart.
Além do pesquisador, atuaram na organização do curso o extensionista Gustavo Rovetta Pereira (vinculado à Coordenação de Agroecologia do Incaper e à Comissão de Agroecologia e Produção Orgânica do Fesciat/MPES), a Efaci, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim.
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