A proximidade das festas de final de ano e as mudanças na rotina dos capixabas podem trazer impactos diretos aos estoques dos bancos de leite humano no Estado, como a redução no número de doadoras. Esse é um alerta dado pela médica neonatologista e referência técnica do Banco de Leite Humano do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), Angélica Carvalho.

“A explicação para a baixa nas doações está na rotina das próprias famílias. Nesta época, as mães lactantes acabam dividindo o tempo entre os cuidados com o bebê e as demandas das festividades. Mesmo quando a mãe tem facilidade na extração e possui excedente, doar leite exige preparo de higienização, paramentação e todo o procedimento técnico”, explicou Angélica Carvalho.

De acordo com a profissional, este já é um fenômeno conhecido entre os bancos de leite, uma vez que eles registram uma significativa redução no número de doadoras de leite humano entre os meses de novembro e fevereiro – período que coincide com as festas de fim de ano, férias escolares e o Carnaval.

Pensando neste cenário, os profissionais do Himaba vêm realizando no mês de novembro, no conhecido “Novembro Roxo”, que é dedicado à conscientização sobre a prematuridade uma importante campanha sobre a doação de leite, reforçando a doação como um “presente de Natal” a esses bebês, uma vez que muitos prematuros dependem das doações durante a internação nas unidades de terapia intensiva e não podem ser amamentados pelas próprias mães.

“Para esses nenéns, receber leite humano é um verdadeiro presente de Natal. Essa data pode ser sobre solidariedade, sobre ajudar o próximo, sobre renascer. E quando uma mulher doa leite, ela está doando tempo, cuidado e carinho. É um ato de solidariedade com outra mãe que está vivendo a angústia de ter seu bebê doente na UTI”, refletiu Angélica Carvalho.

Como doar

A enfermeira do Banco de Leite do Himaba, Daniela Castro, esclareceu que um dos critérios fundamentais para ser doadora é que o próprio bebê da candidata esteja em aleitamento materno exclusivo. Entretanto, outras situações podem ser consideradas, como explicou a profissional.

“Há situações em que o bebê não está em amamentação exclusiva, mas a mãe mantém uma boa produção de leite. Nestes casos, o Banco de Leite recomenda que a família agende um atendimento para realizar o manejo adequado, com o objetivo de alcançar a amamentação totalmente exclusiva antes de iniciar a doação”, disse Castro.

Para se cadastrar como doadora, o processo é simples. A mãe pode entrar em contato com o Banco de Leite do Himaba por WhatsApp, e-mail, telefone ou presencialmente. No cadastro, é necessário apresentar exames como hemograma e rastreamento para doenças como HIV, hepatites, entre outras. Além dos exames, a equipe do banco de leite avalia também os medicamentos e vitaminas que a mãe está utilizando, a fim de garantir a segurança do material coletado. E, após o cadastro ser aprovado, a doadora recebe todas as orientações necessárias. Entre os cuidados recomendados, estão:

• Utilizar pote de vidro com tampa plástica, disponibilizado pelo Banco de Leite.
• Usar touca e máscara durante a extração do leite.
• Lavar bem as mãos e antebraços, até a altura dos cotovelos, com água e sabão, seguindo as orientações do Ministério da Saúde.
• Manter higienização rigorosa antes de iniciar a coleta.

Para mais informações e orientações sobre amamentação e doação de leite humano, entre em contato com o Banco de Leite Humano do Himaba pelo telefone (27) 3636-3151 e/ou pelo WhatsApp (27) 99782-4542.

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