Fórum de Musicologia da Fames vai homenagear maestro Jaceguay Lins

A Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) promove, nos dias 10 e 11 de novembro, o II Fórum Capixaba de Musicologia (Focamus). O evento reúne pesquisadores, professores e estudantes que trabalham ou se interessam pela área da musicologia nas mais variadas vertentes. Serão realizadas palestras, mesas-redondas, sessões de comunicações, oficinas e apresentações musicais.
O fórum está com inscrições abertas para estudantes e professores apresentarem suas pesquisas, sobre quaisquer gêneros, estilos e práticas musicais, dentro das seguintes áreas temáticas:
- Musicologia e Etnomusicologia;
- Documentação, História e Historiografia da Música;
- Processos criativos, composição, teoria e análise musical;
- Teoria e Prática da Interpretação musical;
- Ensino e Aprendizagem em Música.
O II Focamus é uma realização do Grupo de Pesquisa Musicológica do Espírito Santo (GPEMUS), do Grupo de Estudos em Performance e Pedagogia do Instrumento (GEPPI) e do Laboratório de Musicologia e História Contemporânea (LEMUHC), ambos grupos de pesquisa sediados na Fames.
Homenagem ao maestro
Durante esta segunda edição do fórum, o grande homenageado será o compositor, percussionista, clarinetista, maestro, arranjador e escritor Jacegay Lins (1947-2004), importante músico pernambucano que escolheu Vitória para criar suas mais profundas raízes. Lins se apaixonou pelas expressões tradicionais capixabas, especialmente o congo, e dedicou suas últimas décadas de vida a estudar e divulgar o congo capixaba.
Histórico
Jaceguay Monteiro Lins nasceu em 21 de abril de 1947, em Canhotinho (PE). Deixou o Nordeste ainda menino, buscando aprimorar seus conhecimentos musicais, tendo residido em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória.
No Rio de Janeiro, iniciou os estudos de percussão e, aos 17 anos, já atuava como percussionista da Orquestra Sinfônica Nacional e, eventualmente, da Orquestra de Câmara da Rádio MEC e Orquestra Juvenil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
De 1968 a 1970, atuou no Instituto Villa-Lobos. Sua obra mais importante é Lacrimabilis (“aquela que chora”), composta entre 1972 e 1977, para grande Orquestra. Tratava-se de uma crítica à ditadura militar. Premiada na II Bienal de Música Contemporânea do Rio de Janeiro, em 1977, a obra estreou dois anos depois, em São Paulo. Após ter a música recusada durante a III Bienal de Música Contemporânea, Jaceguay optou por abandonar o Rio de Janeiro, passando a viver em Vitória.
Em 1981, Jaceguay Lins chega a Vitória, quando assume a Orquestra Filarmônica do Espírito Santo. No Estado, conhece as Bandas de Congo, que despertam seu interesse como músico e pesquisador.
Entre as décadas de 1980 e 1990, atuou como docente na então Escola de Música do Espírito Santo (Emes). Ao fim dos anos 1990, criou a Banda 2, Banda de Congo experimental composta por alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Jaceguay Lins faleceu em 2004. Como escritor, seu último trabalho – “O Congo do Espírito Santo: uma panorâmica musicológica das bandas de congo” – é resultado de dez anos de pesquisas sobre as Bandas de Congo do estado.
A obra de Jaceguay Lins está, aos poucos, sendo resgatada, reestruturada e catalogada pelo Grupo de Pesquisa Musicológica da Faculdade de Música do Espírito Santo. (Fonte: Paula Galama | Grupo de Pesquisa Musicológica do Espírito Santo)
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