Exportações do agro capixaba somam mais de R$ 10 bilhões nos primeiros sete meses de 2025
O Espírito Santo registrou, entre janeiro e julho de 2025, o maior valor já alcançado na série histórica para as exportações do agronegócio no período: US$ 1,88 bilhão (cerca de R$ 10,1 bilhões). O resultado representa alta de 2,2% em relação ao mesmo intervalo de 2024, quando o Estado exportou US$ 1,84 bilhão. No total, foram embarcadas aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de produtos capixabas. O desempenho estadual superou o nacional, já que o Brasil registrou queda de 0,1% nas exportações do setor.
Entre os dez principais produtos exportados pelo agro capixaba neste início de ano, o complexo cafeeiro liderou com US$ 979,8 milhões (52,3% do total), seguido por celulose com US$ 563,4 milhões (30,0%) e pimenta-do-reino com US$ 217,2 milhões (11,5%). Outros destaques incluem mamão (US$ 18,9 milhões), carne bovina (US$ 18,8 milhões), gengibre (US$ 14,5 milhões), chocolates e preparados com cacau (US$ 11,0 milhões), ovos (US$ 8,2 milhões), álcool etílico (US$ 6,9 milhões) e pescados (US$ 6,3 milhões). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 30,5 milhões.
“O crescimento das exportações nesses primeiros sete meses do ano reflete a competência de vários setores de agro e da pesca capixaba, que alcançaram 119 países no período. Como as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos passaram a vigorar a partir de 06 de agosto, certamente teremos queda em vários produtos que não fizeram parte da lista de exceção”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Na avicultura, a exportação de ovos continuou em ascensão, com alta de 1.788% de janeiro a julho, e se consolidou entre os dez produtos mais exportados do agro estadual, algo que era inédito na série histórica. Destaca-se que 99,3% das divisas geradas por esse produto foram com os Estados Unidos. Esses números refletem o dinamismo das exportações do agro capixaba, antes de vigorar as novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos.
Outros produtos também registraram altas expressivas em valor exportado, como pimenta-do-reino (+129%), pescados (+70%), café solúvel (+64%), mamão (+20%), carne bovina (+10%) e gengibre (+6%). Em volume, os maiores crescimentos foram de ovos (+1.093%), pescados (+61%), pimenta-do-reino (+44%), mamão (+21%), gengibre (+17%) e café solúvel (+14%).
No total, os produtos capixabas do agronegócio chegaram a 119 países entre janeiro e julho. Os Estados Unidos lideram como principal destino, com 21,8% do valor comercializado (US$ 408,7 mi), seguidos por Turquia (141,9% - US$ 141,9 mi) e China (6,6% - US$ 123,6 mi). A participação do agro nas exportações totais do Estado no período foi de 33,14%.
Apesar do cenário positivo, o setor já se prepara para desafios no segundo semestre.
“Desde o anúncio da taxação norte-americana, temos um Comitê aqui no Espírito Santo que está em diálogo permanente com os setores mais impactados e já anunciamos medidas na área do crédito rural, por exemplo, para reduzir os impactos sobre produtores e exportadores e manutenção dos empregos, diante do tarifaço. Até aqui, conseguimos manter bons níveis de desempenho graças à antecipação de embarques e à diversificação de mercados, mas o futuro ainda preocupa”, reforçou Bergoli.
Mesmo com o desempenho agregado estável, os dados apontam movimentos estratégicos na reorganização da pauta exportadora. O aumento do valor agregado, a inserção de novos produtos e a conquista de mercados alternativos evidenciam avanços relevantes no posicionamento do agro capixaba no comércio internacional.
“O Espírito Santo tem competência técnica e capacidade para atender mercados exigentes. Neste momento, é fundamental diversificar destinos, explorando mercados emergentes, como países do Oriente Médio, ou importadores alternativos com tarifas mais favoráveis, enquanto avançam as negociações com os Estados Unidos”, avaliou o gerente de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Danieltom Vandermas.
O Estado também se destacou como o maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participações nacionais de 59%, 65% e 41%, respectivamente. No complexo cafeeiro, o Estado conquistou a segunda posição no ranking nacional de exportações, incluindo café cru, solúvel e torrado/moído.
Ressalva sobre os dados
Os números de exportação de açúcar de cana (NCM 17011400) referentes a fevereiro e março de 2024 foram excluídos da análise devido a inconsistências nas bases oficiais. Os valores registrados — US$ 10,2 milhões (19,8 mil toneladas) em fevereiro e US$ 11,1 milhões (21,6 mil toneladas) em março — destoam significativamente das médias históricas e das informações fornecidas por indústrias do setor, indicando possível erro de lançamento ou movimentação atípica de empresas de trading.
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