27/11/2025 16h49

Espírito Santo recebe oficina de qualificação para incorporação do Implanon

O Espírito Santo recebeu nessa terça-feira (25) a Oficina de Qualificação para inserção do Implante Subdérmico de Etonogestrel, o implante subdérmico contraceptivo liberador de etonogestrel, conhecido como Implanon. A oficina, que foi realizada por profissionais do Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria da Saúde (Sesa), faz parte da primeira etapa do cronograma nacional no Estado. Para este momento, foram contemplados 12 municípios capixabas.

O Implanon é um método contraceptivo considerado vantajoso em relação aos já existentes por sua longa duração (age no organismo por até três anos) e alta eficácia. O método foi incorporado pelo Ministério da Saúde para implementação no Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de integrar as iniciativas de fortalecimento da saúde sexual e reprodutiva das mulheres, com foco na redução da gravidez não planejada e na promoção dos direitos sexuais e reprodutivos. O público elegível serão adolescentes e mulheres de 14 a 49 anos.

“Estamos trazendo ao Estado a Oficina de Qualificação teórico e prático, que é uma estratégia que está sendo levada para todo o País pelo Ministério da Saúde. Essa é a primeira vez que visitamos todas as capitais falando sobre os direitos sexuais, os direitos reprodutivos e disseminando os conhecimentos acerca desse dispositivo que chegou ao SUS neste ano e que expande o acesso aos métodos contraceptivos para mulheres e meninas do Brasil”, destacou a assessora técnica do Departamento de Gestão do Cuidado Integral (DGCI), da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), do Ministério da Saúde, Dieni Oliveira Rodrigues.

O encontro teve como objetivo qualificar os profissionais da APS para inserção, manejo e acompanhamento do Implanom; promover a descentralização da oferta do método contraceptivo de longa duração; ampliar a autonomia reprodutiva e o acesso a métodos seguros e eficazes no SUS; e implementar fluxos locais de monitoramento e acompanhamento das usuárias. A escolha dos 12 municípios participantes seguiu critérios do órgão federal, nos quais a primeira etapa deveria ser destinada àqueles com mais de 50 mil habitantes. Participaram profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) indicados pelas secretarias municipais das cidades de Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Guarapari, Linhares, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Viana, Vitória e Vila Velha, totalizando mais de 50 profissionais capacitados, tanto dos municípios, quanto do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (HUCAM) e do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi).

De acordo com a chefe de Núcleo da Atenção Primária (Neapri), da Secretaria da Saúde (Sesa), Janaína Daumas Félix, a oficina também priorizou para além da qualificação dos profissionais, dar início à implementação de fluxos de monitoramento e acompanhamento das usuárias pelo SUS. “Com a Oficina e com os próximos passos, queremos garantir que a inserção aconteça de modo seguro e qualificado, para que não ocorra possíveis eventos adversos. Além disso, estamos em tramitação para uma resolução junto aos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem para as questões legais das capacitações e habilitação dos profissionais de Enfermagem”, explicou a chefe do Neapri/Sesa.

Seguindo o cronograma do Ministério da Saúde, a segunda etapa ou lote tem previsão de ocorrer no primeiro semestre de 2026, com ampliação da cobertura estadual, e o terceiro lote no segundo semestre de 2026, que contemplará os demais municípios a fim de garantir a cobertura integral do território.

  • Fotos da Oficina neste link.
  • Vídeo da assessora técnica do Departamento de Gestão do Cuidado Integral (DGCI), Dieni Oliveira Rodrigues, neste link.
  • Vídeo da chefe de Núcleo da Atenção Primária (Neapri), Janaína Daumas Félix, neste link.

Os próximos passos para que as mulheres tenham acesso ao método

A Oficina de Qualificação para inserção do Implante Subdérmico de Etonogestrel no Espírito Santo foi a primeira etapa, ou primeiro lote, do cronograma nacional para o Estado, com a participação de municípios prioritários cuja população fosse de mais de 50 mil habitantes.

Ainda segundo Janaína Daumas Félix, as próximas etapas estão voltadas para garantir o espaço prático aos enfermeiros e médicos que fizeram a capacitação com a supervisão de profissionais já habilitados e a sua certificação; e a estruturação do fluxo de atendimento, com a definição da unidade de referência no território.

“Os profissionais desses 12 municípios deverão ser certificados a realizarem esse procedimento, os municípios deverão determinar a unidade de referência para o serviço e a definição do fluxo assistencial, uma vez que as mulheres durante a consulta deverão saber de todas as oportunidades de métodos que elas possam escolher, de acordo com os critérios, sendo o Implanon um deles. E lembrar que a elegibilidade é determinada por uma avaliação do enfermeiro ou médico que acompanha a paciente”, disse.

Após esses processos, os implantes subdérmicos e kits de inserção serão disponibilizados às Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência municipal, e para ter acesso ao método, a mulher entre 14 e 49 anos deve procurar a Unidade Básica mais próxima e de referência de seu atendimento e comunicar aos profissionais o interesse. Cerca de 700 mil mulheres nessa faixa etária e que residem nesses 12 municípios poderão procurar pelo serviço.

Sobre o Implanon

O implante subdérmico é um método contraceptivo de longa duração e alta eficácia, considerado vantajoso em relação a outras opções. Ele atua no organismo por até três anos, sem necessidade de intervenções durante esse período. Após esse tempo, o implante deve ser retirado e, se houver interesse, um novo pode ser inserido imediatamente pelo próprio SUS. A fertilidade retorna rapidamente após a remoção.

Entre os contraceptivos atualmente oferecidos no SUS, apenas o DIU de cobre é classificado como LARC — sigla em inglês para contraceptivos reversíveis de longa duração. Esses métodos são considerados mais eficazes no planejamento reprodutivo por não dependerem do uso contínuo ou correto por parte da usuária, como ocorre com os anticoncepcionais orais ou injetáveis. Os LARC são reversíveis e seguros.

Atualmente, o SUS disponibiliza os seguintes métodos contraceptivos: preservativos externo e interno; DIU de cobre; anticoncepcional oral combinado; pílula oral de progestagênio; injetáveis hormonais mensal e trimestral; laqueadura tubária bilateral e vasectomia. Entre esses, apenas os preservativos oferecem proteção contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

 

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