20/07/2010 12h06 - Atualizado em 24/01/2019 12h51

Cultivo de plantas medicinais pode representar boa opção de renda para agricultores

As plantas medicinais são importantes aliadas na prevenção de várias doenças como problemas respiratórios, de circulação, retenção de líquido, pressão alta, e ainda contribuem para cicatrização de feridas, embelezamento da pele, dos cabelos, entre outras atribuições. Dessa forma, o cultivo das espécies medicinais pode representar mais uma importante fonte de renda para produtores rurais.

Tendo em vista a importância deste setor, tanto para rentabilidade dos agricultores quanto para saúde da população, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria de estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag), realiza, nesta quarta-feira (21), às 8h30, no Sesc de Guarapari, um minicurso sobre plantas medicinais e homeopatia. A capacitação faz parte da programação do 50° Congresso Brasileiro de Olericultura, que teve início nesta segunda (19) e prossegue até sexta-feira (23), com programação extensa e variada.

De acordo com a bióloga e coordenadora do projeto de plantas medicinais do Incaper, Fabiana Ruas, o mercado de fitoterápicos no Brasil cresceu cerca de 42% nos últimos 10 anos. Atualmente, o setor movimenta aproximadamente R$ 1 bilhão por ano no País. Para a bióloga, o aumento do consumo de plantas medicinais pode ser atribuído à crescente preocupação da sociedade com a saúde e o bem estar, tendo como preferência a utilização de produtos naturais e o consumo de alimentos funcionais.

Viveiro de arnica.

Além disso, as plantas medicinais podem ser aproveitadas de diversas formas, como na composição de cosméticos, de produtos fitoterápicos, de óleos para massagens, de produtos de higiene pessoal, e também para consumo in natura ou confecção de chás caseiros. O agricultor pode comercializar os produtos tanto em supermercados e quilões, quanto em laboratórios de manipulação e também para o Sistema Único de Saúde (SUS).

“O agricultor que já trabalha com produtos orgânicos pode também aproveitar e incluir em sua propriedade as plantas medicinais. Isso porque a forma de produção é similar, já que os produtos destinados à composição de remédios e chás devem ser cultivados de forma natural, sem a utilização de produtos químicos, que podem ser prejudiciais à saúde e também interferir no princípio ativo das plantas” afirma a bióloga.

Viveiro de cavalinha.

Viveiro de carqueja.

O custo para implantação de um hectare com plantas medicinais varia de R$ 2 a R$ 3,5 mil por ano. O tempo médio de retorno financeiro do projeto é três anos, gerando uma receita bruta que pode chegar a R$ 9 mil por ano.

Uso das plantas medicinais

Fabiana Ruas explica que as plantas medicinais não devem substituir os remédios e nem a consulta médica. Elas atuam de forma coadjuvante, como um apoio ao tratamento, principalmente de forma preventiva.

Dentre a utilização mais frequente das plantas, está o tratamento de problemas de retenção de líquido, com chá diurético à base de 'cavalinha' e 'cana-de-macaco'; de pressão alta, com 'macaçá’; de circulação, com a tradicional cebola. Além disso, é comum a confecção de xaropes à base de guaco e hortelã para resolver problemas respiratórios, uso da babosa para cicatrização, arnica para contusões e ainda calêndula e camomila para amaciar a pele.

O minicurso

Durante o minicurso sobre plantas medicinais e homeopatia, primeiramente serão apresentadas as espécies de plantas medicinais e as atribuições de cada uma. Os participantes irão aprender como identificar cada espécie, as plantas indicadas para cada tipo de clima e solo, além de noções de mercado para comercialização da produção. O principal foco serão as técnicas adequadas de cultivo, já que as planta medicinais precisam ser produzidas de forma orgânica e natural. 

O objetivo é fortalecer a produção e o consumo de plantas medicinais no Espírito Santo e no Brasil. A capacitação é ministrada pela economista doméstica do Incaper, Rita Zanúncio, e por Francisco Câmara, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A bióloga Fabiana Ruas atuará como secretária.

Mais três outros minicursos marcam o terceiro dia de programações do Congresso Brasileiro de Olericultura, nesta quarta-feira (21): 'Horticultura Orgânica', 'Redação Científica' e 'Estatística Experimental'. Os cursos acontecem simultaneamente, das 8h30 às 5h30.

São 80 vagas em cada minicurso, restritas apenas para participantes do Congresso.

Pesquisas

O Incaper atualmente desenvolve dois trabalhos de pesquisa com as plantas medicinais. Um deles há aproximadamente 15 anos, em parceria com a Pastoral da Saúde, em Venda Nova do Imigrante. Na Fazenda Experimental do Instituto no Município, é estudado como cultivar as plantas de maneira correta e o uso adequado do solo e da água.

Já no Centro de Educação Ambiental de Jucuruaba (Ceaj), do Incaper, em Viana, a pesquisa visa o desenvolvimento de óleos essenciais a partir de plantas medicinais para confecção de produtos para limpeza sanitária e uso doméstico, como desinfetante e sabonetes.

O trabalho tem a parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Faesa, Univix, e com a empresa privada Betz Chemicals, que pretende abrir uma linha de produtos naturais para limpeza doméstica.

No estudo, estão sendo testadas a arnica, malva, aroeira, agrião do pará e boldo. O objetivo é descobrir se essas plantas possuem os princípios ativos que a empresa precisa, como ação fungicida e bactericida.

Clique aqui e confira a programação do simpósio.

 



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