18/06/2025 09h52

Cuidados com a saúde dos idosos devem ser redobrados no inverno

O inverno de 2025 começa oficialmente na próxima sexta-feira (20), mais precisamente às 23h42 e se estende até o dia 22 de setembro. E as baixas temperaturas trazem consigo algumas mudanças que podem afetar a saúde dos idosos, tornando os cuidados ainda mais importantes.

Durante o inverno, as temperaturas mais baixas favorecem a circulação de vírus respiratórios, como o Influenza e o Coronavírus, e aumentam a concentração de poluentes nas cidades, o que pode agravar crises de asma, bronquite e outras doenças pulmonares. O ar seco, comum nessa época, contribui para o ressecamento das mucosas, deixando o organismo mais vulnerável a infecções. 

Dessa forma, os idosos ficam mais suscetíveis a doenças no sistema respiratório, também por conta de fatores como o enfraquecimento natural do sistema imunológico associado a condições climáticas desfavoráveis.

A referência técnica da Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria da Saúde (Sesa), Lucimar Venturin Hamsi, destaca justamente a fragilidade do sistema imunológico dos idosos, o que torna mais difícil para o organismo resistir a esses vírus. “Além disso, essa parcela da população tem maior dificuldade em lidar com os sintomas dessas doenças, como tosse, febre e dores no corpo”, explica.

Dessa forma, Hamsi ressalta algumas medidas que devem ser adotadas pelos idosos e seus familiares, e também pelas equipes multiprofissionais das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) para evitar doenças respiratórias e manter a saúde durante a estação mais fria do ano:

- Evitar aglomerações e ambientes fechados que propiciam a transmissão de vírus e doenças típicas da estação.

- Manter a vacinação em dia, pois a imunização é uma estratégia essencial para a promoção da saúde dos idosos, reduzindo a incidência de doenças infecciosas e suas complicações. Entre as vacinas essenciais destacam-se: Influenza (gripe), Pneumocócica 23-valente (PPSV23), Covid-19, e ainda realizar o reforço contra tétano, difteria e coqueluche (dTpa), hepatite B e herpes-zóster, se necessário.

- Hidratação, mesmo sem sede no frio, pois a ingestão de água ajuda a manter o bom funcionamento do organismo, além de evitar o ressecamento das mucosas e o risco de infecções. Como os idosos costumam sentir menos sede, é importante que os cuidadores E FAMILIARES estejam atentos e ofereçam líquidos com frequência. Incentive também o consumo de chás quentes e sopas nutritivas, que além de hidratar, proporcionam conforto e bem-estar.

- Manter os cuidados com a higiene e hidratação da pele utilizando sabonetes neutros e evitando banhos muito quentes e longos. Após o banho, sempre que possível, aplique cremes hidratantes para proteger a pele e prevenir rachaduras, que podem facilitar a entrada de infecções.

- Oferecer aos idosos um vestuário adequado com roupas quentes, de preferência em camadas, para facilitar o ajuste da temperatura corporal. Cobrir bem as extremidades, como mãos, pés e cabeça, ajuda a evitar perda de calor corporal.

- Manter uma alimentação equilibrada, focando em alimentos naturais, ricos em nutrientes e fibras. Evitar a ingestão de sal, açúcar e gorduras. Essa rotina ajuda a fortalecer o sistema imunológico.

- Casa aquecida e ventilada são essenciais para evitar o crescimento de mofos e o acúmulo de poeira, que podem agravar problemas respiratórios. Além disso, evite exposição a correntes de vento frio, pois isso pode prejudicar a saúde.

- Mesmo durante o inverno, é fundamental manter os idosos ativos e engajados em atividades físicas e sociais. Praticar atividades físicas leves ajuda a manter a circulação sanguínea ativa, fortalece o corpo e melhora o humor.

- Quando os idosos precisam sair para atividades ao ar livre durante o inverno, é fundamental tomar algumas precauções para garantir a segurança e o bem-estar deles. Certifique-se de que estejam usando roupas adequadas e quentinhas, em camadas, incluindo gorros, luvas e cachecóis, para proteger as áreas mais sensíveis ao frio. Evite que fiquem expostos ao vento gelado por longos períodos, pois isso pode aumentar o risco de resfriados e outros problemas de saúde. Sempre que possível, escolha horários mais amenos, como manhãs, evitando os períodos de maior frio ou vento forte.

- É importante manter a atenção a sintomas como tosse persistente, falta de ar, febre, dores no corpo ou qualquer sinal que possa indicar problemas respiratórios ou outras doenças comuns durante o frio. Se algum desses sintomas aparecer, procure um profissional de saúde imediatamente para uma avaliação adequada.

“Seguindo essas recomendações, os idosos, tanto em casa quanto em instituições, podem passar pelo inverno com mais saúde, conforto e proteção”, pontua Hamsi .

Cenário epidemiológico das Síndromes Respiratórias por Influenza: 63 % dos óbitos são de idosos

Segundo dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), do início do ano até a Semana Epidemiológica (SE) 23, o Espírito Santo registrou 1.550 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) identificados por vírus respiratórios, entre Influenza, Covid-19, Adenovírus, Enterovírus e Vírus sincicial respiratório (VSR), por exemplo.

Do total de SRAG por vírus respiratórios notificadas até a SE 23, 233 foram de casos relacionados exclusivamente à Influenza (considerando todas as tipagens), com 55 óbitos confirmados. 

Segundo a médica e referência técnica da Vigilância da Influenza e Meningites, Mariana Ribeiro Macedo, 63% dos óbitos (35 óbitos) por SRAG de Influenza são na população com mais de 60 anos. Outro dado que chama atenção também, de acordo com a profissional, é a prevalência dos casos de SRAG neste mesmo grupo, com 144 casos confirmados. 

Ainda segundo a referência técnica, a Sesa tem orientado os municípios quanto ao manejo e tratamento da Influenza com o uso imediato do fosfato de oseltamivir nos casos de Síndrome Gripal (SG) com condições e fatores de risco para agravamento do quadro clínico independentemente da hospitalização ou situação vacinal e para todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

“O Ministério da Saúde indica o benefício que a terapêutica precoce proporciona, tanto na redução da duração dos sintomas quanto na redução da ocorrência de complicações da infecção pelo vírus influenza em pacientes com condições e fatores de risco para complicações. Com isso, seguimos orientado a todos os serviços de saúde, seja na atenção básica, unidades de urgência e emergência ou hospitalar quanto à indicação desse medicamento, independentemente da hospitalização ou situação vacinal e para todos os casos de SRAG”, salienta Macedo.

Dados detalhados de SRAG por Influenza abaixo:

SRAG por Influenza detalhado por região de Saúde até a SE 23:

Metropolitana: 155 casos / 39 óbitos

Central: 22 casos / 05 óbitos

Norte: 28 casos / 08 óbitos

Sul: 28 casos / 03 óbito

SRAG por Influenza detalhado por faixa etária até a SE 23:

0 a 04 anos: 24 casos / 00 óbito

05 a 11 anos: 12 casos / 00 óbito

12 a 17 anos: 02 casos / 00 óbito

18 a 59 anos: 51 casos / 20 óbitos

60 anos ou mais: 144 casos / 35 óbitos

 

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