28/11/2025 11h46

‘Dezembro Vermelho’: Sesa intensifica estratégias de prevenção ao HIV/Aids no Espírito Santo

Na próxima segunda-feira (1º), tem-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids, que dá início à campanha do “Dezembro Vermelho”, mês de mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis). No Espírito Santo, a Secretaria da Saúde (Sesa) vem, ao longo do ano, intensificando as estratégias de prevenção, com foco na promoção da saúde e no fortalecimento das redes de cuidado e cidadania.

Ao longo do ano, a Coordenação Estadual de IST/Aids vem realizando encontros focados no compromisso com o diálogo, a visibilidade e o protagonismo das pessoas que vivem com HIV e dos diferentes segmentos da sociedade civil, como o Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids; o Encontro Estadual da Rede de Jovens que Vivem com HIV, e o Encontro Saúde e Cidadania LGBTI+.

“Além dessas iniciativas, o foco principal da Coordenação neste ano tem sido a prevenção. Realizamos diversos treinamentos com as equipes de saúde sobre a Profilaxia Pré Exposição (PrEP), ao HIV, ampliando a oferta deste importante método de prevenção”, destacou a enfermeira, referência técnica de HIV da Coordenação Estadual de IST/AIDS, Elaine Soares.

A profissional explicou ainda que alguns municípios capixabas já iniciaram a disponibilização da PrEP na Atenção Básica, o que representa um avanço importante na descentralização do cuidado. “Nosso objetivo é garantir que a PrEP chegue a todos os públicos, fortalecendo uma rede de prevenção integral, equitativa e acessível em todo o Estado”, disse Elaine Soares.

Sobre o ‘Dezembro Vermelho’

Criado em 1988 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial de Luta contra a Aids se estende por todo o mês, por meio da campanha do “Dezembro Vermelho”, cor que representa o símbolo internacional de solidariedade e apoio às pessoas que vivem com a doença e de lembrança das vidas perdidas.

A Aids é uma doença causada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e a transmissão ocorre geralmente por contato sexual desprotegido com pessoa infectada, mas pode ser também transmitida por transfusão sanguínea e compartilhamento de objetos perfurocortantes. Além disso, a gestante infectada pode passar para o bebê durante a gestação, parto ou por meio do aleitamento materno.

A enfermeira, referência técnica de HIV da Coordenação Estadual de IST/AIDS, Elaine Soares, explicou que hoje é possível viver com qualidade de vida e sem risco de transmissão quando o tratamento é seguido corretamente.

“A pessoa que vive com HIV e que faz o tratamento correto com antirretroviral, mantém sua carga viral indetectável, além de não adoecer devido à imunossupressão, não transmite o vírus nas relações sexuais. Da mesma maneira, a gestante, nas mesmas condições, dificilmente passa para o bebê o vírus. Graças ao avanço do tratamento e ao acompanhamento adequado, a maioria das mulheres que vivem com HIV tem filhos saudáveis e sem o vírus. O segredo está no acesso precoce ao pré-natal, testagem, tratamento e acolhimento sem discriminação”, informou a profissional.

Dados

No Espírito Santo, atualmente, 20.721 pessoas vivem com HIV/AIDS e estão em tratamento com medicação antirretroviral, incluindo serviços públicos e privados. Os dados são de até 31 de outubro.

Neste ano, foram realizadas 1.074 novas notificações de casos de HIV/AIDS no Estado, sendo 256 do sexo feminino (23,84%) e 818 do sexo masculino (76,16%). Em 2024, foram 1.106 novas notificações, sendo 272 do sexo feminino e 831 do sexo masculino. Cinco crianças com a doença foram notificadas este ano. A fonte do dado é o sistema de notificação e-SUS Vigilância em Saúde (VS) e são dados preliminares. Quanto aos óbitos, neste ano,152 pessoas vieram a óbito no Estado em decorrência de HIV/Aids (dados de janeiro a primeira quinzena de outubro).

Já em relação ao PrEP, atualmente 4.575 pessoas já acessaram o serviço e estão em uso da Profilaxia Pré-Exposição. O Estado disponibiliza 35 serviços que fazem atendimento de PrEP e 96 serviços que fazem atendimento de PEP (Profilaxia Pós Exposição).

A importância da prevenção

A Sesa destaca que a ‘Mandala da Prevenção’ representa o conjunto de estratégias integradas de prevenção ao HIV, conhecidas como ‘prevenção combinada’. Não existe uma única forma de se prevenir, e cada pessoa pode escolher as estratégias mais adequadas à sua realidade, de acordo com o momento da vida, o tipo de relação e o acesso aos serviços de saúde.

Testar: o teste pode ser realizado nas Unidades Básicas de saúde e atualmente há os “testes rápidos”, nos quais o resultado sai em até 30 minutos. Quanto antes o diagnóstico, mais cedo se inicia o cuidado.

Tratar: toda pessoa que tem o diagnóstico deve procurar um serviço para tratar. Dessa forma, além de cuidar da própria saúde e manter o sistema imunológico eficiente, também impede a transmissão do vírus para outras pessoas. No Estado existem os Serviços de Atenção Especializados (SAEs), onde a medicação antirretroviral é fornecida para usuários do SUS e da rede privada, de forma gratuita, além de disponibilizar os insumos e exames necessários para o tratamento e acompanhamento das pessoas que vivem com o HIV.

PEP: profilaxia pós-exposição a material biológico de risco de infecção pelo HIV- caso tenha contato sexual sem preservativos, ou rompimento dele, ou acidente com material pérfuro-cortante, a pessoa deve procurar um serviço até 72 horas após a exposição, para fazer o protocolo e iniciar medicação antirretroviral caso indicado, e que deve ser tomada por 28 dias.

PrEP: profilaxia pré-exposição de risco a infecção pelo HIV, é um método de prevenção da infecção pelo vírus HIV, indicado para pessoas que têm alto risco de entrar em contato com o vírus, e consiste no uso de antirretrovirais, que agem impedindo que o vírus consiga se multiplicar dentro o organismo, prevenindo a infecção, é fornecido gratuitamente pelo SUS.

Preservativos: internos, externos e gel lubrificantes são distribuídos gratuitamente em qualquer serviço público de saúde.

Atuação do ICEPi e capacitações ao longo do mês

O coordenador do Componente de Provimento em Consultório na Rua, João Ferreira, ressalta que o Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), por meio do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), vai promover durante o mês de dezembro uma formação para as equipes com o tema HIV, Sífilis e HPV.

“Aproveitando o ‘Dezembro Vermelho’, a estratégia de formação tem como objetivo discutir desde as práticas de cuidado, as testagens e até mesmo a avaliação de indicadores de cuidado da população em situação de rua nesses casos específicos. A importância dessa abordagem visa não só desmistificar os temas relacionados às ISTs como também promover uma rotina de cuidado que inclua um olhar holístico para essa parcela da população”, explicou João Ferreira.

“A atuação das equipes de Consultório na Rua é fundamental para garantir o acesso universal e equânime à saúde, especialmente para pessoas que se encontram nessa situação, cuja vulnerabilidade é agravada por barreiras sociais, estigma e dificuldades de acesso aos serviços”, pontuou a docente-assistencial Monara Souza Vieira.

“A testagem rápida é um dos instrumentos mais potentes nesse processo, pois permite diagnóstico precoce, agiliza o início do tratamento e reduz a transmissão das ISTs. Para pessoas em situação de rua, que muitas vezes não conseguem retornar às Unidades Básicas de Saúde ou realizar acompanhamento de rotina, a testagem feita diretamente no território representa uma mudança concreta na linha do cuidado”, frisou a docente.

Além da testagem, a profissional também lembrou  que as equipes desenvolvem ações de educação em saúde, redução de danos, aconselhamento, distribuição de insumos de prevenção e articulação com a rede de atenção à saúde para garantir a continuidade do cuidado, incluindo consultas, acompanhamento medicamentoso, profilaxias e tratamento oportuno.

Informações à Imprensa:
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