02/06/2017 16h58

Sesa realiza ação educativa contra o tabagismo

Para comemorar o Dia Mundial Sem Tabaco, que aconteceu na última quarta-feira (31), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou nesta sexta-feira (02) a exposição “Controle do Tabaco no Brasil – uma trajetória”, no saguão da secretaria, na Enseada do Suá, em Vitória. O evento foi aberto ao público.

Além da mostra, a ação, que contou com a participação da equipe do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital da Polícia Militar (HPM), aferiu a pressão arterial e mediu o monóxido de carbono no organismo dos participantes, realizou demonstrações da boneca Altina ("filha" do Alcatrão com a Nicotina), que simula o impacto do tabagismo no corpo humano, e distribuiu folhetos educativos.

A referência técnica em Tabagismo da Sesa, Kátia Guerzet Teixeira, explicou que os fumantes que passaram pelo local receberam informações sobre os malefícios do cigarro, e eram orientados a buscar um tratamento para deixar de fumar.

“Sensibilizamos as pessoas procurarem tratamento em uma unidade de saúde próximo a sua residência para parar de fumar, ressaltando que o acompanhamento é totalmente gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse.

Kátia explicou que o tratamento oferecido é o chamado “Abordagem Cognitiva Comportamental”, ou seja, tem como foco a mudança de hábito do paciente.

“Essa pessoa passa por uma avaliação clínica onde é verificado o seu grau de dependência. Com isso, fazemos sua inserção em um grupo de apoio. Ele começa participando de quatro sessões sendo uma por semana durante um mês. O número de sessões vai sendo diminuído ao longo do processo, que tem duração de um ano”, explicou.

Em relação ao uso de medicamentos, Kátia disse que são usados apenas para ajudar nas crises de abstinência. Ela destacou que são utilizados os repositores de nicotina (adesivos e gomas de mascar) e antidepressivo (bupropiona).

“No entanto, muitas pessoas já chegam solicitando o medicamento e demoram a entender que o foco do acompanhamento é a mudança de hábito. O que vai estabelecer o uso de medicamento será o seu grau de dependência do cigarro”, ressaltou.

A coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo do HPM, Cristiane Freire Bastos de Freitas, destacou que o tabagismo é um problema de saúde pública, e fez um alerta sobre a quantidade de substâncias tóxicas que o cigarro possui.

“O tabagismo é sim um problema de saúde pública, pois pode provocar inúmeras doenças no fumante ativo e também nas pessoas que convivem com fumantes. Cada cigarro contém aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas. Imagina a quantidade dessas substâncias acumuladas no organismo ao longo dos anos?”

O Programa de Controle ao Tabagismo do HPM atende prioritariamente servidores públicos estaduais. No entanto, a população que não conseguir o tratamento nas unidades de saúde próximo a sua residência, pode procurar o atendimento no Ambulatório 2 da unidade hospitalar.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que o tabagismo é causador de pelo menos 12 tipos de cânceres: Leucemia mielóide aguda, bexiga, pâncreas, fígado, colo de útero, esôfago, rins, laringe (cordas vocais), pulmão, cavidade oral (boca), faringe (pescoço) e estômago.

O instituto ainda estima que cerca de 320 homens e 160 mulheres no Espírito Santo sejam diagnosticados com algum tipo de câncer provocado pelo tabagismo (traquéia, brônquio ou pulmão).

 

Dados Vigitel 2016

A política brasileira de controle do tabaco reduziu em 35% a prevalência de fumantes nas capitais brasileiras, no período de 2006 a 2016, de acordo com a Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2016, publicada na última quarta-feira (31).

A pesquisa foi feita por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal e contou com 53.210 entrevistas. Nos últimos anos, a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,2% em 2016.

Quando separado por gênero, a frequência de fumantes hoje é maior no sexo masculino (12,7%) do que no feminino (8,0%).

Se analisado por faixa etária, a pesquisa mostra que a frequência de fumantes é menor entre os adultos jovens antes dos 25 anos de idade (7,4%), ou após os 65 anos (7,7%) e maior na faixa etária dos 55 a 64 anos (13,5%).

Como parte da política de combate ao tabagismo, o SUS oferece tratamento gratuito para fumantes nas Unidades Básicas de Saúde. São ofertados adesivos, pastilhas e gomas de mascar. Com esses tratamentos, o Ministérios da Saúde gastou R$ 23,77 milhões.

O Vigitel 2016 também verificou que a frequência do hábito de fumar diminui com o aumento da escolaridade nas três faixas de escolaridade, 0 a 8 anos de estudo, 9 a 11 anos ou mais de 12 anos. Nessas três faixas, a frequência é maior entre homens e mulheres com até oito anos de estudo (17,5% e 11,5%, respectivamente), o percentual é duas vezes maior em relação a indivíduos com 12 ou mais anos de estudo (9,1% e 5,1%).

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