15/10/2018 19h29 - Atualizado em 15/10/2018 19h35

Arsp mantém cobrança unidirecional e Governo do Estado anuncia investimento na Terceira Ponte

Foto: Pedro Dutra

Após 120 dias de observação e levantamentos técnicos, a Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (Arsp) anunciou que a cobrança unidirecional de pedágio na Terceira Ponte passará a ser permanente, a partir desta terça-feira (16). Assim, os veículos que trafegam com destino a Vila Velha continuarão isentos do pedágio.

A notícia foi dada durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (15), na sede da Arsp. Estiveram presentes o diretor-geral da Arsp, Julio Castiglioni, a diretora técnica de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária, Katia Muniz Côco, e a subsecretária de Estado de Mobilidade Urbana, Luciene Becacici.

Para o diretor-geral da Arsp, Julio Castiglioni, quando se decidiu pela implantação do sistema unidirecional de cobrança, no mês de junho, já era possível prever a ocorrência de melhorias na fluidez do tráfego, mas seria necessário monitorar o comportamento dos motoristas durante o período experimental. Segundo o diretor, a avaliação final demonstra que “não ocorreu qualquer alteração significativa na quantidade de veículos que trafegam diariamente com destino a Vila Velha, sendo que, nos meses de agosto e setembro, houve uma discreta queda no fluxo de 0,05% e 0,18%, respectivamente, quando comparado com os mesmos meses de 2017”, informou o diretor.

A equipe técnica da Arsp avaliou os benefícios trazidos pela cobrança unidirecional, concluindo que dois terços dos usuários que trafegam diariamente pela Terceira Ponte com destino a Vila Velha – o que representa mais de 30 mil veículos por dia – foram beneficiados com uma diminuição de cerca de 10% a 12% no tempo de viagem sobre a ponte, haja vista que não necessitam mais parar o veículo, efetuar o pagamento da tarifa, receber o troco e reacelerar na subida da ponte, que tem um aclive sobremaneira acentuado. E, mesmo para aqueles usuários que já utilizavam o sistema de cobrança automática, a cobrança unidirecional passou a evitar a disputa por faixas de rolamento. “Havia disputa de faixas. Quem saía da Praça do Cauê, por exemplo, precisava se deslocar lateralmente até chegar à extremidade direita da via e ingressar, enfim, na via expressa. Agora não existe mais esta necessidade, uma vez que o motorista poderá acessar qualquer uma das faixas de subida”.

Para os demais veículos que trafegam com destino a Vila Velha no horário de pico, ou seja, cerca de 15 mil veículos por dia, os estudos técnicos demonstraram que a percepção de melhoria acarretada pela cobrança unidirecional varia de usuário para usuário e depende de sazonalidades e de ocorrências que já existiam no fluxo da Terceira Ponte. Observou-se, por exemplo, que a incidência de panes e de acidentes de trânsito, no horário de pico, acarreta piora significativa na fluidez do tráfego, algo que, no entanto, não se relaciona com a cobrança unidirecional implantada desde junho. Da mesma forma, também há diferença de percepção quando se considera o dia da semana observado (com segundas e sextas-feiras sendo potencialmente mais críticas, e terças-feiras sendo mais amenas, em geral), e quando se considera o horário de ingresso na região da Praça do Pedágio (a fluidez do tráfego se comporta melhor no início e no fim do período de pico).

Necessidade de aumento da capacidade de escoamento da Terceira Ponte

Embora a ausência de mudança comportamental e a ocorrência de benefícios para os usuários justifiquem tecnicamente a manutenção da cobrança unidirecional, a Arsp confirma que a capacidade de escoamento da Terceira Ponte está saturada e que são necessários novos investimentos na via.

“Essa intervenção é um esforço adicional do Governo para ampliar a capacidade da Terceira Ponte e, com isso, melhorar a fluidez do tráfego nos horários de pico em Vitória e Vila Velha”, informou a subsecretária de Estado de Mobilidade Urbana, Luciene Becacici.

Baseando-se em sugestões de cidadãos capixabas amplamente divulgadas na mídia local, na experiência canadense com a operação da Ponte Lions Gate (Vancouver) e na experiência obtida pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, a Arsp desenvolveu, juntamente com a Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES), estudos para implantação de uma quinta faixa na Terceira Ponte, sem necessidade de ampliação lateral. Para tanto, identificou-se ser viável a retirada do canteiro central, o redimensionamento das atuais faixas (de modo que existam cinco faixas) e a implantação de um moderno sistema de monitoramento e de sinalização vertical e horizontal que, em conjunto, tornarão possível a operação de faixas reversíveis. Assim, no período de pico da manhã, usuários com destino a Vitória terão três faixas para trafegar e, no período de pico da tarde, quando essa dinâmica se inverte, os usuários com destino a Vila Velha também terão três faixas.

O projeto de engenharia foi formulado pela Concessionária Rodosol S/A. Embora a concessionária tenha projetado um custo total de R$ 24,5 milhões e tenha dimensionado um prazo de execução de oito meses após a efetiva contratação, tanto os valores como o cronograma ainda serão auditados pelo DER-ES. Caberá ao DER-ES, após ultimada esta fase de aperfeiçoamento do projeto, instaurar uma licitação pública para a contratação da empresa que será responsável pela execução das obras. Portanto, a obra não será executada pela atual concessionária e não haverá, por conseguinte, qualquer impacto na tarifa de pedágio atualmente aprovada pela Arsp.

Segundo a diretora técnica de Infraestrutura Viária da Arsp, Kátia Muniz Côco, as simulações realizadas com software de engenharia de tráfego, utilizando-se dados reais do fluxo e do comportamento dos veículos na ponte, apontam que há um potencial de melhoria de fluidez: “no sentido Vitória, projeta-se um acréscimo de cerca de 1.000 veículos na capacidade da ponte, diminuição de 12% no tempo total de viagem e um aumento de 28% na velocidade média. No sentido inverso – indo para Vila Velha – existe potencial de melhoria semelhante e que poderá ser sensivelmente incrementado com alterações no sistema viário naquela cidade, que poderão ser adotadas no futuro”, informou.

 

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